domingo, 27 de março de 2011

Contexto Histórico- Parte 3

Queridos Irmãos em preparação para elevação.
Hoje segue a terceira parte dos nossos estudos, finalizando o Contexto Histórico da nossa Ordem.

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Jacques DeMolay o último Grão-Mestre Templário


Pouco sabe-se da infância ou da adolescência de Jacques DeMolay, mas sabe-se que era de uma família de pequenas posses, talvez fosse filho de nobres empobrecidos, muito comum na época. Eram famílias de origem nobre, que possuíam títulos de nobreza mas não desfrutavam da riqueza da corte e Jacques DeMolay buscou na Ordem dos Templários, inicialmente, apenas uma condição de vida melhor.
O importante é que em 1293 ele foi eleito Grão-Mestre e sofreu num período de decadência de sua Ordem. Perdeu bases importantíssimas na Terra Santa, envolveu-se demasiadamente com política e criou atrito com Filipe o Belo ao cobrar sua divida junto aos Templários.
No dia 12 de outubro de 1307, quinta-feira, o 22° Grão-Mestre da Ordem Militar do Templo de Jerusalém, Jacques DeMolay, estava em paris assistindo aos funerais de uma Princesa da Casa Real da França. Ele estava um tanto quanto preocupado com boatos de que Filipe o Belo arquitetava contra a Ordem.
Naquele mesmo dia Jacques DeMolay desacreditou nos boatos, pois o seu “inimigo” postava-se ao seu lado conduzindo o caixão da princesa e acreditava que o rei tinha alta consideração e carinho por ele.
Após sua queda na Palestina, a Ordem estabeleceu-se na ilha de Chipre incrustada no Mar Mediterrâneo, onde a Ordem gozava de “Soberania”, sendo seu Grão-Mestre o Príncipe Soberano. A Esquadra Naval da Ordem era a mais poderosa, contando com enormes Galeras, que espalhavam o terror nos mares aos piratas Turcos.
A Bandeira branca e preta usada pela Ordem em guerras, tremulava nos mastros das naus e afugentava os inimigos trazendo segurança aos fiéis.
No ano anterior, o Rei Filipe, após a derrota na batalha de São João de Acre, tinha solenemente recebido os esquadrões da Ordem que o visitaram no famoso Castelo do Templo, sede geral da Ordem.
Jacques DeMolay, nesta viagem cometeu o grande erro de comparecer perante o Rei com uma escolta de sessenta Templários pertencentes à alta nobreza e ostentando o enorme tesouro que tinha trazido da Palestina para ser guardado no Templo. Filipe envergonhou-se de sua condição pois constatou que os Templários representavam uma força verdadeira, cheia de prestígio, riquezas e poderio militar. Um Estado poderoso e organizado dentro da própria França.
De qualquer maneira Filipe recebeu o Grão-Mestre e padrinho de seu filho, com a costumeira distinção que os Reis da França dispensavam a esta Ordem Militar e Religiosa, a mais poderosa do mundo cristão, que tinha salvo várias vezes de seu próprio povo enfurecido e abafou revoltas.
Jacques DeMolay supunha que as infâmias espalhadas contra a Ordem do Templo, Provinham do próprio Rei, mas como era bastante ingênuo e já de idade avançada, recusava-se à acreditar que o pai de seu afilhado fosse seu inimigo. Pagou caro esta confiança depositada em um Rei covarde, embusteiro e falso moedeiro.
Confiante, por tanto, na palavra deste Rei que jurava ser seu amigo, admirador e parente, Jacques DeMolay tinha defendido Filipe diante dos demais Templários, declarando que “Tinha Certeza da Lisura do Rei”. Assim, após o funeral, o Grão-Mestre tinha se retirado na “Ville Neuve du Temple” que, como já declarado, era a sede geral européia da Ordem, respirando um pouco mais aliviado, quando transpôs o portão do Castelo, ingressando na sua Fortaleza, guarnecida de quatro Torreões e bem defendida.
No fim da tarde, Jacques DeMolay, juntamente com seus cavaleiros e escudeiros, tinha assistido, na Capela do Castelo, as preces noturnas, após o que, fora jantar retirando-se em seguida, aos seus aposentos para descansar.
Neste exato momento, todos os oficiais espalhados pelo Reino e que representavam o poder do Rei da França, estavam abrindo uma carta levando o Selo Real e contendo instruções secretas e trágicas.
Estas mensagens tinham deixado a capital um mês antes e estavam sendo lidas ao mesmo tempo em todas cidades da França, nesta noite do dia 12 para 13 de outubro de 1307. Ao ler o conteúdo, os oficiais reais espantaram-se pois teriam que prender pessoas que até a pouco eram hóspedes de honra do Rei da França.
Foram reagrupados os Bailios, os Senescais e toda a tropa possível para a tarefa inglória embora contassem para a execução da traição, da surpresa e do descanso noturno.
Marcharam silenciosamente para o Castelo-Fortaleza do Templo, silenciosos, batendo timidamente aos portões da residência de Jacques DeMolay.
Os sinos das igrejas estavam soando às três horas da manhã quando as casas templárias estavam para serem invadidas. Ao baterem nos portões, alegaram tratar-se de uma inspeção rotineira sobre os dízimos do Clero e imediatamente foram deixados entrar. Mal fora levantada a ponte levadiça, os armigeros do covarde Rei se precipitaram gritando e agitando as armas, surpreendendo, assim sem qualquer resistência os infelizes Templários pois estavam dormindo.
A luz das tochas invadiu os quartos arrancando das toscas camas os guerreiros rubro-cruzados, que em qualquer outro momento teriam medo de enfrentar e que, atônitos, sem nada entender, vinham sendo empurrados seminus e imediatamente algemados como malfeitores comuns.
Triste espetáculo ver-se os defensores da Igreja e do próprio Rei da França conduzidos como gado para o matadouro. Triste, mas real. Em Paris foi pessoalmente o guardião do selo do Rei, Guilherme de Nogaret, que quiz liderar a infame expedição contra Jacques DeMolay, que, horas antes, tinha recebido o ombro do rei e o juramento de eterna fraternidade.
Todos Templários que acompanhavam o Grão-Mestre, bem como os demais espalhados nos Conventos e Comendadorias, foram postos nas prisões do Estado, onde excetuando-se as ordens pessoais do Rei, deveriam ser, imediatamente, interrogados pelos Comissários da Inquisição para confessar suas culpas devendo ser largamente empregada a tortura.
Logo ao nascer do dia, os corneteiros de Sua Majestade chamaram o povo para lhe dizer que o Rei Filipe queria que todos soubessem a razão deste golpe de força contra “Os inimigos da França e dos franceses”. Ninguém acreditou, mas, o Rei já havia transferido seu governo para o Castelo do Templo, lançando mão dos tesouros templários e preparando-se para dormir na cama ainda quente do Grão-Mestre traído pelo seu próprio compadre.
Os historiadores levantaram os motivos da traição, e são óbvios: Cobiça de dinheiro, medo de uma poderosa Ordem e vingança do mesquinho que fora impedido de ingressar na Ordem. Porém várias hipóteses errôneas foram levantadas.
O Rei convocou os Estados Gerais para declarar os Templários passíveis de pena de morte. Entre as acusações mais sérias contra os Templários estava a apostasia da fé, idolatria e heresia. Afirmavam que o ingresso na Ordem obedecia um Ritual Obsceno, durante o qual, os noviços iam excitar os veteranos Cavaleiros, sobre as partes intimas do corpo.
Sob tortura todos Cavaleiros assumiram os procedimentos, mas em 11 de março, Jacques DeMolay solicitou ser novamente ouvido. Todos esperavam um pedido de clemência ao Rei e ao Papa, o 22° Grão-Mestre da Grandiosa Ordem do Templo bradou INOCÊNCIA, rejeitando sua condição de réu, não temendo a morte e mostrando-se superior afirmou: “Declaro que tudo lhe tenha sido extorquido à força pela “santa” inquisição, através de tormentos.
Tal declaração causou um tremendo escândalo, pois o povo ficou sabendo de tal pronunciamento e os verdadeiros objetivos do Rei não eram desconhecidos. Filipe sentiu abalada a sua posição de Monarca Absoluto e dois dias depois pronunciou, ele mesmo, a sentença de condenação de Jacques DeMolay pelos crimes de infâmia, heresia, sodomia e Lesa Majestade.
Em 18 de Março de 1314, na ilha de Vert Galant, no rio Sena, amarrado a uma coluna, e cercado de troncos embebidos em líquidos inflamáveis, Jacques DeMolay assiste impassível e indiferente os preparativos do seu trágico suplício, sem um queixume, sem um gesto de desespero, que significasse covardia perante a morte. E, quando o frade encarregado dos responsos, avançava de crucifixo na mão e o conciliava a arrepender-se dos crimes que perpetrava contra a Religião, o Grão-Mestre respondeu com serenidade: “Guardei, o frade, vossas orações para o Papa que este sim vai precisar delas”.
Cabe salientar que após esta frase Jacques DeMolay despiu-se de suas vestes, perante os olhares críticos e curiosos da sinistra platéia, deixando-se conduzir e ser amarrado ao tronco, no centro da fogueira já montada.
O Grão-Mestre seria queimado mas seu Manto seria mantido intacto.
Destacava-se do grupo de carrascos a figura sinistra de um homem com um negro capuz a esconder-lhe as feições e envergonhando o balandrau dos esbirros da Inquisição, Curva-se a lança o fogo à lenha que rapidamente se inflama e se converte num montão de chamas. A multidão não aplaude como de costume, ao contrário, murmura e põe-se de joelhos e de praticamente um cadáver ouve-se a frase: “Intimo ao Rei da França e o Papa a comparecerem perante o tribunal de Deus, no prazo de um ano, Deus tende piedade de mim.”
O Papa Clemente morreu no mês seguinte, Nogaret em três meses e Filipe IV Rei da França sete meses depois.


O QUE ACONTECEU COM OS TEMPLÁRIOS?


Após a morte de Jacques DeMolay alguns Templários fugiram para a Escócia que sofria um processo de separação do Rei Inglês, católico, por tanto obedecia ao Papa, lutando ao lado dos escoceses com as tropas de Willian Wallace, comandadas nesta época por Robert de Bruce.
Alguns fugiram para a Terra Santa e converteram-se ao islamismo, pois já falavam árabe devido a sua estada naquela região anteriormente; Outros postaram-se na Península Ibérica e fundaram a Escola de Sagres, fundaram a Ordem de Cristo e Começaram as Grandes Navegações utilizando a experiência que possuíam ainda de sua força naval na Ilha de Chipre.
a Ordem se espalhou e nunca mais teve tal força, mas, o espirito de fidelidade à Ordem continua vivo no coração dos novos Templários, os DeMolays.

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Que o Grande Arquiteto esteja conosco,
Capítulo Obreiros do Século XXI

Um comentário:

  1. Meus irmãos...
    Já sabendo da hitória,e agora ainda mais, devido a quantidade inrriquecida de detalhes e caprichos(no bom sentido, é claro).
    Digo-vos que é um grande priviléjo ser membro de uma Ordem na qual foi inspirada na filosofia dos Templários. A qual durante anos foi respeitada e temida, formando grandes Homens.

    Devo Resaltar a última parde do texo, onde diz:

    "a Ordem se espalhou e nunca mais teve tal força, mas, o espirito de fidelidade à Ordem continua vivo no coração dos novos Templários, os DeMolays."

    São palavras lindas de muita importancia e significado!
    Espero meus irmãos, que de fato, continuemos com esses ideais de Liberdade, Fraternidade e Igualdade. Juntamente as nossas virtudes Cardeais!

    Que o Grande Arquiteto do Universo esteja conosco.

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